SANTOS, António dos, (.... – 1917). Militar.
Natural da freguesia de Ventosa. Soldado do Regimento de Infantaria n.º 16,
morto em combate em Moçambique no dia 22 de Dezembro de 1917.
SANTOS, Joaquim Luís Vital dos, (…. – 1974). Militar. Natural de Casais Novos, freguesia de Santo Estêvão, Alenquer. Soldado Condutor da Companhia de Comandos 2046, falecido em acidente com viatura em Angola no dia 1 de Setembro de 1974.
SANTOS, Joaquim Luís Vital dos, (…. – 1974). Militar. Natural de Casais Novos, freguesia de Santo Estêvão, Alenquer. Soldado Condutor da Companhia de Comandos 2046, falecido em acidente com viatura em Angola no dia 1 de Setembro de 1974.
SANTOS, Teófilo Carvalho dos, (1906 - 1986).
Advogado e Político. Teófilo Carvalho dos Santos nasceu na vila de Almeida no
dia 4 de Setembro de 1906, filho de Joaquim Carvalho dos Santos e de Gracinda
dos Reis Carvalho. Estudou em Lamego e em Viseu, após o que, em 1932, ingressou
na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa onde alcançou a licenciatura
em 1937. Ainda estudante, desenvolveu intensa actividade política contra a
ditadura que se havia instalado, conspirando, participando nas greves
académicas, ocupando no Senado Universitário o seu lugar de representante dos
estudantes para que fora eleito. Ao mesmo tempo, em 1931 iniciou-se na
Maçonaria do Grande Oriente Lusitano, onde em 1985 atingiu o grau 33. Assim, e
desde sempre, revelou-se um lutador nato pela Democracia, participando
activamente nos movimentos da Oposição Democrática. Radicado em Alenquer onde
constituiu família e exerceu a profissão de advogado, Carvalho dos Santos
participou no MUNAF tendo sido um dos promotores da reunião no Centro Almirante
Reis onde foi criado o MUD-Movimento de Unidade Democrática para cuja Comissão
Central foi eleito (1945). Ainda em 1945 foi um dos fundadores do Partido
Trabalhista de pouca duração e em 1949 integrou o Núcleo da Resistência
Republicana Socialista. Interveio activamente em todas as campanhas eleitorais
da oposição para a presidência da República, apoiando as candidaturas de Norton
de Matos, Quintão Meireles e Humberto Delgado. Em 1969 e em 1973, pela CEUD e
pela CDE, foi candidato às eleições legislativas. Em 1969 aderiu à Acção
Socialista Portuguesa (ASP) e em 1973, com outros elementos da mesma Acção
Socialista foi um dos fundadores do Partido Socialista (PS). Preso pela polícia
política por várias vezes, foi também um dos fundadores do jornal clandestino
“Tarrafal”. Após o “25 de Abril” e pelo Partido Socialista, foi eleito Deputado
constituinte, sucessivamente reeleito para o parlamento onde permaneceu até
1986, ano em que faleceu, sendo que por dois anos (1978/80) presidiu a esse
órgão legislativo. A nível autárquico, foi o primeiro presidente eleito da
Assembleia Municipal de Alenquer (1976/80), vindo a ser agraciado a título
póstumo com a “Medalha de Ouro do Município” por serviços excepcionais. Como
ficou escrito numa nota de imprensa da Câmara de Alenquer, Teófilo Carvalho dos
Santos «personalidade marcante na vida política portuguesa, legou aos
alenquerenses uma postura de democrata cujas raízes se afirmariam junto dos que
com ele privaram antes da revolução dos cravos, no decurso desta e na fase
estabilizada que lhe sucedeu» e, talvez
por isso, os socialistas, democratas e republicanos alenquerenses continuam a
celebrar com convicção e espírito de luta os «Jantares do 5 de Outubro»
dinamizados nesta vila por Carvalho dos Santos nos tempos negros da ditadura
salazarista como forma de desafio ao regime e afirmação dos ideais republicanos
e amor pela Liberdade. Teófilo Carvalho dos Santos, como recompensa por toda
uma vida de luta, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e com
a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Faleceu em Lisboa no dia 24 de Março de 1986.
SANTOS, Victor Gonçalves dos, (1923 - 1990). Jornalista
desportivo. Víctor Santos nasceu em Alenquer no dia 31 de Maio de 1923 e aqui
fez os seus estudos, desde cedo revelando grandes dotes para escrita, que
praticou no extinto jornal local “A Verdade” e revelou nos textos das revistas
“Alenquer Tantos de Tal” (1945) e “Sua Alteza Alenquer” (1948) que alcançaram
grande êxito nesta vila e em representações em concelhos vizinhos.
A necessidade de
garantir a sua subsistência levou-o a um emprego numa firma da Vala do
Carregado. Contudo pouco tempo aí estaria, partindo para Lisboa onde em 1 de
Novembro de 1950 se estrearia como colaborador do “A Bola” assinando uma
crónica sobre um Benfica-Oriental. Aí, revelando dotes inquestionáveis para
escrita, em breve seria convidado para redactor desse jornal, ingressando nos
seus quadros no dia 1 de Outubro de 1954, Para se tornar jornalista desportivo
deixou, então, o Instituto Superior de Agronomia onde frequentava o 3.º ano,
mas a aposta seria ganha, pois bem cedo Cândido de Oliveira o convidaria a
ocupar o lugar de chefe de redacção, uma redacção onde, entre outros, pontuavam
jornalistas como Carlos Pinhão, Aurélio Márcio e Silva Resende.
No “A Bola”, Victor
Santos, fazendo jus às suas elevadas qualidades de trabalho chegou a ter entre
mãos a edição do jornal, da revista “A Bola Magazine” e dos cadernos de “A
Bola”, fazendo da redacção “da Queimada” uma verdadeira escola de jornalismo.
Com Alves dos Santos, Artur Agostinho, Mário Zambujal, Carlos Pinhão, Aurélio
Márcio e outros nomes grandes do jornalismo desportivo, foi, em 1966, um dos
fundadores do CNID – Clube Nacional da Imprensa Desportiva, instituição que o
homenageou criando um prémio com o seu nome para distinguir as jovens promessas
da imprensa escrita desportiva.
Premiando a sua
extraordinária carreira jornalística receberia do governo a Medalha da Mérito
Desportivo (1986) e da presidência da República a comenda da Ordem do Infante
D. Henrique (1990). Como jornalista, foi ainda distinguido com a “Bola de Ouro”,
troféu que tem o apoio cultural da FIFA.
Victor Santos faleceu
em Lisboa no dia 21 de Dezembro de 1990. Passados seis dias, a Câmara Municipal
de Lisboa deliberou dar o seu nome a uma das ruas da cidade, situada numa
urbanização ao Paço do Lumiar. Em Alenquer, sua terra natal, o município
homenageou-o dando o seu nome ao Complexo de Piscinas Municipais.
SILVA, António Teodoro Garcez da, (1915-2006) – Poeta,
contista e ensaísta ligado ao movimento do Neo-Realismo. Garcez da Silva viu a
luz do dia na vila de Alenquer no dia 17 de Novembro de 1915 mas seria na
vizinha Vila Franca de Xira que nasceria para as letras ao integrar-se no grupo
neo-realista local onde, entre outros, estabeleceu fortes relações de amizade
com Alves Redol, Dias Lourenço, Carlos Pato, Arquimedes Santos, Júlio Graça e
Jorge Reis. Em 1941 publicou a sua primeira obra, “Poemas”, e, em 1951,
“Alenquer- Verde e Cara Pátria Minha” onde em verso homenageou a sua terra de
nascença. Em 1955, foi publicado um opúsculo seu intitulado “O Pintor Álvaro
Duarte de Almeida”, bem significativo do seu interesse pela pintura, arte que
ele também cultivou e com grande qualidade como refere um seu amigo,.... em
elogio fúnebre, embora nunca a tenha tornado pública. Nesta vertente, a da
pintura, publicou três ensaios deixando ainda outros dois inéditos. Foram eles
“A Pintura na obra de Eça de Queiroz” (1986), “Outros Horizontes” (1999),
“Miguel Ângelo – Um Génio Atormentado” (2006), “Chagal, Pintor-Poeta” e
“Subsídios para a História do Neo-Realismo”. A sua grande amizade e interesse
pela obra de Alves Redol, levaram-no a escrever dois ensaios sobre este vulto
do movimento literário cujos princípios partilhou: “Alves Redol e o Grupo
Neo-Realista de Vila Franca” (1990) e “A Experiência Africana de Alves Redol
(1993). Como poeta e contista publicou ainda “Voz de Algum Tempo” (1995) e “O
Veleiro de Três Mastros” (1997). Garcez da Silva deixou obra inédita e muita
colaboração publicada em revistas e jornais. Faleceu na cidade de Lisboa em
2006.
SILVA, Arlindo Leandro da, (…. – 1965). Militar. Natural da freguesia de Ventosa. Soldado do Batalhão de Artilharia 562, Companhia de Artilharia 560, morto em combate em Moçambique no dia 28 de Outubro de 1965.
SILVA, Arlindo Leandro da, (…. – 1965). Militar. Natural da freguesia de Ventosa. Soldado do Batalhão de Artilharia 562, Companhia de Artilharia 560, morto em combate em Moçambique no dia 28 de Outubro de 1965.
SILVA, Cónego Joaquim da, (1842- ....) – Eclesiástico. Nasceu em Lapas, Torres Novas, a 18 de Setembro de 1842. Por ser oriundo de uma família muito pobre foi admitido gratuitamente no Seminário de Santarém no ano de 1860. No Liceu desta cidade fez todos os exames preparatórios vindo a ser premiado em oratória e literatura e distinto nas restantes disciplinas, após o que cursou Teologia (trienal) e o Curso Superior (dois anos), cantando a primeira missa no Seminário que frequentou, no dia 1 de Março de 1869. Após isso, foi nomeado pelo Cardeal Patriarca, D. Américo, vigário capitular bibliotecário e perfeito do Seminário, aí permanecendo por mais dois anos. No dia 1 de Julho de 1871 chegou a Alenquer como Prior de Santo Estêvão, tendo sido nomeado vigário da vara a 12 de Março de 1888 e cónego honorário da Sé de Viseu em 25 de Setembro de 1890. Considerado um orador de excepção, o Cónego Joaquim da Silva dedicou-se em Alenquer ao ensino, como professor particular, aqui preparando com êxito centenas de alunos que prestaram provas nos liceus de Santarém e de Lisboa. Não obstante as importantes obras de restauro de que foi objecto a Igreja de S. Francisco em 1862, suportadas por um legado instituído por D. Maria do Patrocínio, proprietária da Quinta do Bravo, nos finais do século já a mesma Igreja se apresentava muito danificada, principalmente no tecto, pelo que este seu pároco custeou de seu próprio bolso as obras e restauros de pintura que se revelaram necessários.
SILVA, Jorge Manuel Baptista da, (…. – 1968). Militar. Natural da freguesia de Aldeia Galega da Merceana. Furriel Miliciano Atirador do Pelotão de Caçadores 57, morto em combate na Guiné no dia 27 de Junho de 1968.
SOARES, Fernando Augusto de Freitas Mota Luso, (1924 - 2004) - Advogado,
professor de Direito, ficcionista, ensaísta, dramaturgo e tradutor. Nasceu em
Alenquer no dia 2 de Março de 1924, filho de Alfredo Luso Soares, que nesta
vila exercia o cargo de Conservador do Registo Civil e de Georgina Fernandes de
Freitas. Licenciou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em
1947, após o que foi colocado em Coruche como Delegado do Procurador da
República, daí transitando para Lisboa, para a Polícia Judiciária, onde exerceu
as funções de Inspector. A partir de 1956, em regime de licença ilimitada,
iniciou o exercício da advocacia de que viria a fazer profissão. Homem de
grandes convicções políticas que o colocaram junto do Partido Comunista
Português, foi um dos advogados que, a
par de Manuel João Palma Carlos e Francisco Salgado Zenha, defendeu em tribunal
muitos dos presos políticos perseguidos pelo regime salazarista e pela PIDE. Em1986 obteve o grau de Mestre na Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa, onde leccionou durante largos anos. Ainda no
campo do Direito foram muitas as obras que produziu, quase todas elas no âmbito
do Direito Civil. Para além do Direito foram duas as suas grandes paixões: uma
clubistica, o Sporting Clube de Portugal, outra o Teatro. Relativamente a esta
última, como dramaturgo, considera-se que «seguiu a corrente de teatro narrativo
de influência brecthiana». Neste campo foi, também, grande a sua produção
escrita, destacando-se entre outras “Os Cavalos Marinhos (1963); “Vontade de
ser Ministro”(1965); “A Outra Morte de Inês”(1968), levada à cena pelo Teatro
Estúdio de Lisboa – Companhia de Luzia Maria Martins, uma peça que alimentou
polémica e que a crítica recebeu mal; “Grandezas e Misérias num Sonho de
Maiorais de Gado” (edição clandestina, 1973) levada à cena pelo Grupo T.A.P, em
1975, na Academia de Santo Amaro e “Teatro Vanguarda – Revolução e Segurança
Burguesa” (1973), ensaio onde investiga o materialismo dialéctico no âmbito da
estética. Interessou-se também pela literatura policial escrevendo “Crime a 3
Incógnitas” (1953); “Notas para a Criação da Novela Policial em Fernando
Pessoa” (1953) e “Crime e Criminosos na Divina Comédia de Dante” (1954); “O
Crime de um Fantasma” (1954). Noutros géneros como o romance, o ensaio e o
conto, escreveu: “O Mais Inteligente dos Estúpidos” (1956); “Tentação Escarlate
com Eficácia em Cor de Burro quando Foge” (1960); “O Parque dos Camaleões”
(1962); “O Anarquista e Outros Contos do Raciocínio de Pessoa” (1964); “Cadáver
Adiado que Procria” (1967); “Quando Menos se Espera” (1967); “António Vieira”
(1973); “A Novela Dedutiva em Fernando Pessoa (1976), “O Poeta era um Fingidor”
(1999) e “Maria Pia, Duquesa de Bragança contra D. Duarte Pio, o senhor de
Santar” (1983), sobre um processo processo judicial que lhe deu notoriedade.
Luso Soares foi também tradutor, vertendo para português autores como Nicos
Kazantzaki, Maiakovski, Girardoux ou Vitrac, mas a sua primeira obra foi no
campo da História, uma monografia sobre a sua terra natal intitulada “A Vila de
Alenquer” (1941). Na política, cultivou uma grande amizade com o General Vasco
Gonçalves de que resultou “Vasco Gonçalves - Perfil de um Homem” (1979). Foi
casado com D. Emília Ferreira Gautier Luso Soares (desde 1953) de quem teve
três filhos: Fernando José, Maria Filomena e Miguel Augusto Gautier Luso
Soares. Faleceu em Lisboa no dia 27 de Julho de 2004.
SOLLER, Adélia, (1873 – 1903). Actriz. Nasceu em Alenquer,
filha de Alfredo Soller e de Silvéria Soller. As circunstâncias que
determinaram o seu nascimento nesta vila não as conhecemos, mas somos levados a
pensar que, sendo seus pais artistas ao serviço da companhia de teatro Soares
que fazia muita itinerância, eles se encontrassem em Alenquer quando a hora do
parto se deu.
Ainda muito nova começou
por representar, também, na companhia Soares, percorrendo nela integrada o
país, vindo depois a estrear-se em Lisboa na Trindade, onde pouco se
evidenciaria, daí transitando para o teatro da Alegria, depois para o da Rua
dos Condes e por último para o grande Ginásio.
Adélia Soller foi
casada com outro actor de nomeada, Sebastião Alves, que faleceu no Brasil em
1903. Todavia, Adélia pouco lhe sobreviveria, pois viria a falecer ainda nesse
mesmo ano, também no Brasil, quando por lá fazia uma tournée com a sua
companhia do Ginásio, vitimada pela febre
amarela que devastou a companhia, ceifando a morte outros colegas seus.
Pelo apelido terão sido antepassados de Adélia a consagrada actriz Josepha
Soller (1822-1864), eventualmente avó de ascendência espanhola e filha de um
proprietário de companhia teatral, assim como o actor Júlio Soller nascido em
1843. Adélia Soller faleceu no Pará, no ano 1903, tão só com trinta anos de
idade.
SOUSA, Salvador de, (.... – 1918). Militar. Natural de S. Clemente, Alenquer.
Soldado do Regimento de Infantaria n.º 16, morto em combate em França no dia 15
de Março de 1918.
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