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GAIO, José Victor, (…. – 1967). Militar. Natural da freguesia de Aldeia Gavinha. Soldado de Infantaria do Batalhão de Caçadores 1872 / Companhia de Caçadores 1573, morto em combate em Moçambique no dia 12 de Março de 1967.

GÍRIO, Alfredo Gomes (Bino), (1909 – 1985) – Nasceu em Alenquer no dia 8 de Junho de 1909, filho mais novo de José Gomes Gírio e de D. Francisca Pereira Cosme. Músico, encenador, actor amador e artista plástico. Figura muito querida e popular na Alenquer dos anos 30 aos anos 50 do século passado, evidenciou-se, sobremaneira, pelos seus dotes artísticos multifacetados. Na música foi um distinto executante da banda da Sociedade União Musical Alenquerense, à qual se entregou com extrema dedicação e muito brilho. Nessa formação musical tocava “requinta”, o mais pequeno instrumento da família dos “clarinetes”, mas, como músico, foi ainda um exímio executante de banjo, viola, guitarra, rabecão, violino e clarinete. Todavia, os seus dotes musicais não se ficaram pela execução, pois foi ainda um inspirado compositor e um excelente arranjador, faculdades essas reveladas, por exemplo, nas revistas escritas por Victor Santos e por Manuel Gírio, representadas com muito sucesso na Alenquer de então. Ainda como executante, foi solista do “Rancho do Cacho Dourado” que fez furor, talvez por ser o primeiro, na Alenquer dos anos trinta, o qual, em 1939, num concurso nacional realizado em Lisboa, obteve um segundo lugar.
No teatro, para além das suas colaborações como músico, Bino foi ainda actor amador e, por muito tempo, o caracterizador de serviço. Tendo estudado teatro em Lisboa com o encenador Manuel de Oliveira, do Teatro Nacional D. Maria II, beneficiando para tal de uma bolsa de estudo concedida pela Câmara Municipal de Alenquer, sua entidade empregadora como electricista, Bino, na linha familiar dos “Pilis” das Paredes, eméritos amadores teatrais alenquerenses, foi, nessa arte, verdadeiramente um “homem dos sete ofícios”. Ainda no teatro, chegou a participar como actor, o que aconteceu, por exemplo, na peça “Padre Piedade” de grande êxito local.
Também na pintura revelou ser um artista de mérito, tanto na pintura artística como em quaisquer outros trabalhos para que fossem solicitados os seus dotes artísticos: pintura de estandartes, bombos de orquestras, vidros de montras, placas, etc.
Foi casado com D. Maria Júlia de Souza Lopes e faleceu em Lisboa em 1985.
(Com base num escrito de Edmundo Perdiz).

GÍRIO, Manuel Rodrigues Gomes Gírio,  (1926 - 2009). Autor teatral. No entanto, e como ele próprio o disse numa entrevista dada em 1980 ao “Jornal de Alenquer”, antes de começar a escrever teatro começou por representar, quando um grupo de jovens «entre os quais eu próprio, a Maria Luísa Ferreira, o Carlos Cartaxo e outros, pensámos um dia, no Sport Alenquer e Benfica, experimentar essa arte complexa mas tão fascinante». Foi quando, em Santa Catarina, na garagem da Auto-Serviço da SACOR, subiram à cena as peças em um acto As Duas Gatas e Fome e Honra encenadas por Salomão Lemos Figueiredo.
Com o grupo entusiasmado e inspirado pelas duas revistas escritas e encenadas por Victor Santos, e que tanto sucesso haviam alcançado, Manuel Gírio virou-se para a escrita, sendo longa e brilhante a lista de obras por si produzidas, a primeira das quais teve o título de “Alenquer e a Cepa Torta”, escrita em colaboração com o seu tio “Pili” e representada numa oficina que havia junto ao campo de futebol do Sporting, na Rua das Hortas, próximo da ponte de Santa Catarina. Esta revista, na qual se estreou António Augusto e viu o seu elenco reforçado com amadores alhandrenses como Ivone Reis, alcançaria um enorme êxito, com 20 representações só em Alenquer.
Depois seguiram-se muitas mais: “Alenquer, Isto e Aquilo (1958), no Sporting Clube de Alenquer, a opereta “Dia de Festa” (1960), também no palco do Sporting, a revista “Arraial Saloio”, no Alenquer-Cine em benefício do Sport Alenquer e Benfica e a revista “Alenquer de Cima a Baixo” (1973), novamente no palco do Sporting.
Democrata e homem “de Abril”, essa data libertadora haveria de lhe inspirar a peça em 1 acto “A Força do Povo” representada em Alenquer pelos jovens da “Colóquio” que a levaram por esse país nas campanhas de dinamização cultural e também pela “Seiva-Trupe do Porto”. Este texto foi editado pelo extinto partido político MDP/CDE do qual era próximo.
Em 1977, no palco do Sporting, subiria à cena a opereta “A Florista da Rua” com música do maestro António Melo. Depois, em 1980, nas Preces-Refugidos, seria representada a sua revista “Não te a-preces, nem te atrases”. Continuando nesse espectáculo em que granjeara fama, a revista, levaria à cena no palco do Sporting o espectáculo “Agua-Pé Nova!”(1986) com música do maestro Alves Coelho Filho (30 representações, só em Alenquer!) e “Ora Bate, Batemanso” (1989) no Teatro Villaret, em Lisboa, com Octávio de Matos e Mariema, quando o seu prestígio como autor havia já chegado à nossa capital.
De facto, extravasando para outros géneros teatrais, em 1987 havia já escrito para o SIARTE (Sindicato de Artes e Espectáculos) a peça infantil “O Natal é uma Criança” que subiu à cena no teatro Maria Matos, experiência que repetiria com no ”No Reino da Bicharada” (1989) peça infantil representada no Teatro da Trindade e “As Aventuras da Baleia Bagatela”(1991) em co-autoria com Henriques Santos.
Os últimos espectáculos de Manuel Gírio que Alenquer aplaudiria, seriam uma versão remodelada da opereta “Dia de Festa” (1995) com música de Cesário Salvador e de A. Redes Cruz que subiu à cena no Auditório Damião de Góis e a revista “Alenquer Ponto por Ponto” (1998) com música de José Manuel Costa (Galaio) representada no Sporting. Club de Alenquer. Ainda nesse mesmo ano, em co-autoria com Paulo César e Tiago Torres Silva, escreveria a revista “Preço Único”, quatro meses em cena no Teatro ABC. Ao longo de toda a década de noventa e para a Companhia Luís Aleluia, escreveria quadros para as revistas “Andamos Todos ao Mesmo”, “Lá Vai Foguete” e “Revista à Vista”.
No concelho de Alenquer, assinalam-se ainda os espectáculos “Revista é p’ra ser Revista” no Teatro Ana Pereira para a Liga dos Amigos de Alenquer, em Ota “Aeroporto à Vista…” e “Queres Risota, vem a Ota…” e “Vila Verde é uma Festa!” em Vila Verde dos Francos. Por último, refira-se a revista “Esta é de Arromba!” (1999) para a Sociedade Musical União Paredense, Parede-Cascais.
Manuel Gírio foi também um notável letrista, chegando a obter um primeiro prémio das “Marchas Populares de Lisboa”, cabendo à Marcha de Carnide a interpretação dessa letra. Como homem de cultura foi, um dos fundadores da Cooperativa Alão que editou o “Jornal de Alenquer” do qual foi colaborador.
Após a sua morte, o espólio de Manuel Gírio foi doado pelos seus herdeiros ao Museu do Teatro em Lisboa.
Em reconhecimento do seu mérito artístico e cultural, o Município de Alenquer homenageou-o com a entrega do galardão “Medalha de Prata do Município”.


GOMES, José Rodrigues, (…. – 1968). Militar. Natural do lugar de Pancas, freguesia de Santo Estêvão, Alenquer. Soldado de Infantaria do Batalhão de Caçadores 1937 / Companhia de Caçadores 1804, morto em combate em Moçambique em 20 de Janeiro de 1968.


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