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ALMEIDA, Artur Augusto Duarte Luz de, (1867 – 1939). Político. Luz de Almeida nasceu em Alenquer no dia 25 de Março de 1867, quando o seu pai, António Augusto de Almeida exercia nesta vila a profissão de regente escolar. Alguns anos mais tarde, seria em Lisboa que faria os seus estudos do liceu e universitários, licenciando-se com o Curso Superior de Letras e de Bibliotecário e Arquivista. Após isso exerceu funções de docente na Escola do Magistério Primário n.º 4 de Lisboa, daí transitando para a Biblioteca Municipal da Rua do Saco como ajudante de conservador. Grande entusiasta dos ideais republicanos, ainda enquanto estudante foi um dos subscritores do “Manifesto Republicano Académico” (5/3/1897) e colaborou activamente na organização dos batalhões escolares municipais. Conspirador e organizador nato foi um dos principais revolucionários que deram corpo e alma à “Carbonária” em Portugal, inspirada na sua congénere italiana. Nasceu esta a partir da “Maçonaria Académica” (1895/6) profanamente conhecida como “Junta Revolucionária Académica”, inicialmente organizada em quatro lojas cada uma com o seu venerável eleito, havendo ainda um Conselho Director com um presidente, Luz de Almeida, e quatro veneráveis das lojas. Enquanto isso, em 1897, iniciou-se na Maçonaria, na loja “Luís de Camões” do “Grande Oriente de Portugal”, uma dissidência fugaz (1897/1909) do “Grande Oriente Lusitano Unido” onde já era venerável da loja “Montanha” em 1900. Mas o seu empenho convergiu, sem dúvida, na organização da Carbonária, percorrendo o País de norte a sul, sob os mais diversos disfarces, semeando, “Canteiros”, “Choças” (assim se chamavam, conforme o número de aderentes, as organizações locais) ou simplesmente uma “Vedeta”, um informador solitário por vezes numa simples e ignorada aldeia, conseguindo o feito extraordinário de em 1909 reunir 34.000 revolucionários, 40.000 em vésperas do deflagrar da Revolução, um razoável “exército” armado, treinado e decidido que se tornaria decisivo no dia “5 de Outubro”. Mas não só a sociedade civil era fonte de recrutamento para a Carbonária, uma vez que esta não descurava  a sua acção junto dos quartéis, aliciando praças, sargentos e oficiais. É desse tempo e granjeou grande êxito junto dos militares de baixa patente, o folheto anónimo de sua autoria “Cartilha do Cidadão – Diálogos entre o Doutor Ribeiro (médico militar) e João Magala” (1909).              
                   

ALMEIDA, Álvaro Duarte de, (1909-1972). Pintor e ilustrador. Mestre Duarte de Almeida nasceu em Moçâmedes, Angola. Aos oito anos de idade entrou para o atelier de Alves Cardoso, recebendo depois lições de Falcão Trigoso, para mais tarde vir a matricular-se na Escola de Belas Artes de Lisboa onde teve como mestres, entre outros, Simões de Almeida, Luciano Freire e Veloso Salgado. Considerado «um espírito aberto às várias correntes e sensibilidades do seu tempo» daí resultaria «uma obra eclética, plena de originalidade». Concorreu a numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro, tendo obtido vários prémios de prestígio como a 1.ª Medalha de Desenho da SNBA, o “Prémio Luciano Freire” (1936), a 1.ª Medalha de Pintura da SNBA, o “Prémio Silva Porto” em pintura, a “Bolsa de Viagem José Malhoa” e muitos outros. Em 1941 entrou como professor de Desenho para a SNBA. Igualmente considerado um grande ilustrador, particularmente em temas tauromáquicos, animalistas e em literatura infantil, colaborou em numerosas publicações: Revista “Seda y Oro” de Sevilha, “Ilustração”, “Magazine Bertrand”, “Domingo Ilustrado”, “Século Ilustrado”, “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, etc.
Casado com D. Maria do Carmo Duarte d’Almeida, desse matrimónio nasceriam os seus filhos Álvaro e Amélia. Na década de 50 do passado século fixou residência em Alenquer, no Bairro da Judiaria, passando o seu atelier a ser frequentado por discípulos como João Mário, António de Oliveira, António Guapo, Maria Fernanda Falé e outros. Aqui produziu obra de vulto e colaborou com o Sporting Clube de Alenquer na realização de várias exposições. Mais tarde, residindo já em Lisboa, foi solicitado por João Mário, então presidente da Câmara, para na sequência da grande cheia de Novembro 1967, conceber, desenhar e produzir o monumental Presépio que anualmente é montado na encosta da vila.
Outra faceta da arte de Mestre Duarte de Almeida revelou-se na sua colaboração com os CTT para quem desenhou várias séries de selos: “1.º Centenário da Fundação das Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto” (1937), “Costumes Portugueses”- co-autor (1941), “1.º Congresso de Ciências Agrárias” (1943), “Sextos Congressos Internacionais de Medicina Tropical e de Paludismo” (1958), “Milenário e Bi-Centenário de Aveiro” (1959) e “1.º Centenário da Fundação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa” (1961).
Faleceu na cidade de Lisboa no ano de 1972.

ALMEIDA, José Lobo Garcez Palha de, (1821 – 1871). Proprietário e político. Foram seus pais José Félix lobo de Almeida e Meneses e D. Teresa da Costa (Mesquitela). Como proprietário foi senhor do Morgado do Alvito, tendo tido residência na quinta com esse nome, da Quinta do Pipalete (Santo Estêvão) e do Casal do Morais (Triana). Na vila de Alenquer possuiu, também, muitos e valiosos bens entre eles o Palácio da Família Lobo na Rua de Triana, hoje Centro Paroquial.
Como político foi vereador chamado à efectividade em 1847-1851 e presidente da Câmara em 1852-53 e 1860-62. Acabaria por retirar-se de Alenquer, fixando residência em Lisboa onde faleceu no ano de 1871.

ALMEIDA, Manuel Joaquim d’, ( ? – 1873) – 1º Barão de Alenquer (por Decreto de 3/6 e Carta de 4/7/1862), Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de N. Sr.ª da Conceição. Abastado proprietário em Olhalvo. Foi por muitos anos administrador do Bairro Alto em Lisboa e presidente da Câmara Municipal da mesma cidade. Foi casado com D. Maria José de Nápoles Noronha e Veiga de quem teve quatro filhos, entre eles D. Thomaz de Nápoles Noronha e Veiga 1.º Visconde de Alenquer. Faleceu em Lisboa a 22 de Fevereiro de 1873.                      

ANDRADE, José Maria Dantas Pereira de, (1772-1836) – Militar, político e matemático. Filho de Vitorino António Dantas Pereira (Porta-bandeira graduado do Corpo de Engenheiros) e de Quitéria Margarida de Andrade, nasceu na vila de Alenquer no ano de 1772. Não obstante a falta de recursos, seus pais proporcionaram-lhe uma educação superior após o que ingressou na Armada corria o ano de 1786, tendo aí evidenciado superior mérito que lhe valeu uma promoção a primeiro-tenente no ano de 1800. Em 1807 passou ao Brasil, onde, mais uma vez, evidenciou o seu valor e capacidades que lhe valeram sucessivas promoções, pelo que, passados dez anos, era já Chefe de Esquadra tendo como tal desempenhado várias comissões importantes. Em 1819 regressou a Lisboa assumindo o cargo de Conselheiro do Almirantado, cargo esse que por inerência lhe trouxe o título de Conselheiro do Rei e a Comenda da Ordem de Cristo (desde 1803 que era Cavaleiro da mesma Ordem). De 1820 a 1823 exerceu o cargo de Conselheiro de Estado. Não obstante este facto que faria supôr a sua adesão aos princípios constitucionais, viria a tomar o partido do Rei D. Miguel I, soberano que serviu em várias comissões especiais, pelo que após a queda do regime absolutista se viu na contingência de abandonar o País, exilando-se em França em 1834. Consta que viveu esse exílio triste e amargurado, vindo a falecer em Montpellier no dia 22 de Outubro de 1836.
Deixou obra escrita no campo das matemáticas, marinha e literatura. No que respeita às matemáticas quase todas as suas “Memórias” foram publicadas pela Academia Real das Ciências de que foi sócio efectivo e secretário: “Taboas logarithmicas” e “Memória sobre a nomenclatura ou linguagem matemática” são consideradas as mais importantes. No que respeita à marinha deixou-nos, entre outras, “Memórias sobre instrumentos de reflexão” publicada nas Memórias da Academia, “Esboço da organização e regime da Marinha” e “Noções de Legislação Naval Portuguesa”. No que respeita a obras literárias, contam-se entre elas “Elogio do Padre Theodoro de Almeida”, “Diversões métricas e dramáticas – dois tomos e um appendice” e “Modelo de um Diccionario de algibeira polyglotto e passigraphico”. Pouco antes da sua morte publicou em francês uns ligeiros apontamentos sobre a sua vida e obra, considerados como um epitáfio.

ANTUNES, José, (? – 1918). Militar. Natural de Alenquer, freguesia de Triana. Soldado do Regimento de Infantaria n.º 5, morto em combate em França no dia 19 de Março de 1918.

AUGUSTO, António José Nunes, (…. – 1973). Militar. Natural de Cabanas de Torres, freguesia com o mesmo nome. 1.º Cabo Condutor da Companhia de Comandos 2042, falecido por acidente com arma de fogo em Angola no dia 8 de Julho de 1973.


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